Completamente entregue ao non sense.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Você tem fome de quê?

Ter fome. Fome de quê? Esta noite eu tenho fome de escrever. Escrever o quê?
Nada de lírios, espíritos ou profundezas.

Profundezas?
Sim. Tenho fome disto. Um desejo (quase) insaciável de profundezas. De sentir a água gelada no fundo do poço. Prová-la, e ver que ela não é do mar. É daqui de dentro. Profundeza que prega peças. Peças das quais você jura conhecer muito bem, até provar o contrário. Até a contradição bater em sua porta.

"E eu abri. Senhoras e senhores, põe a mão no chão. (...) E vá pro olho da rua."

Que rua?

Espírito junto ao corpo ou num cômodo independente? Cômodo acomodado. Rotineiras leituras, rotineiras idéias, mas nem tão rotineiras assim. Se ao menos elas existissem de fato, afinal.

Escrever. Até os dedos darem calos. Até que a tinta acabe, que o computador desligue, que acabe a luz. Me alimentar de palavras. Idéias. Sílabas. Acentos. Hum. Este tem gosto de poesia.


Mas que, afinal, elas façam algum sentido. Algum dia. Que sintamos o amargo doce gosto das palavras. Que elas consigam, um dia, serem maiores do que isso. Que elas cresçam, amadureçam, se apaixonem e morram sabendo que fizeram sentido. Algum dia.



(Bendito Prato do dia!)

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